Sobre

Visão

Acreditamos e defendemos uma ordem global baseada em regras internacionais, definida por interligações culturais, científicas, tecnológicas e comerciais, fundada nos valores das democracias liberais e benéfica para todos os que nela participam

Missão

A nossa missão consiste em:

  • Desenvolver ideias de políticas sobre os principais desafios à ordem mundial, o multilateralismo e o papel de Portugal no mundo, através de investigação e relatórios
  • Reunir líderes da política, da academia e do mundo empresarial para criar uma rede de indivíduos que partilham a a sua investigação e a sua experiência em relações internacionais
  • Promover a educação sobre uma ordem mundial baseada em regras, através de seminários, workshops e prémios para estudantes universitários.

Mensagem da Fundadora

Se queremos que tudo fique como está é preciso que tudo mude

Giuseppe Tomasi di Lampedusa, Il Gattopardo

Inês Domingos

Num mundo que está a mudar rapidamente, o nosso think tank tem por objetivo desenvolver investigação, recomendações de política e conteúdos educativos sobre a ordem mundial baseada em regras e fundada nos três pilares das democracias liberais: o Estado de direito, a partilha de poder e liberdade. Estas foram as fundações para as conquistas que mais valorizamos: Paz na maioria dos países durante um dos mais largos períodos da história, a diminuição da violência e da pobreza, o avanço dos direitos das mulheres e das minorias.

Esta ordem mundial está a ser desafiada em muitas frentes: o fechamento dos Estados Unidos, o Brexit, a crescente paralisação de instituições como a Organização Mundial de Comércio, a concorrência externa de regiões com regras e valores alternativos. Ao mesmo tempo, os acordos comerciais que a UE e outras regiões e países negociaram nos últimos anos sugere que o multilateralismo, apesar de não estar florescente, ainda não está morto. No entanto, olhando para o futuro, percebemos que para preservar os nossos valores essenciais, a mudança é inevitável.

Em primeiro lugar precisamos de repensar as instituições da ordem mundial. As ligações internacionais desenvolveram-se desde a Segunda Guerra Mundial baseadas nos Estados e em instituições supranacionais tais como a União Europeia e o Banco Mundial, que servem de espaço para a cooperação internacional e debate entre os Estados. Muitas dessas instituições necessitam urgentemente de reformas. Mais, é crucial incluir no debate multilateral os países emergentes e uma base alargada de grupos da sociedade civil, empresas e Universidades.

Em segundo lugar é preciso encontrar caminhos para lidar com modelos concorrentes de governação. Como é que lidamos com Estados que participam no comércio internacional, mas assentam em valores muito diferentes daquelas que são os pilares das democracias liberais? Cooperamos, afrontamos, ou procuramos encontrar um equilíbrio de poder perante esses países e regiões? Como é que concorremos com regiões que deram saltos tecnológicos e de inovação muito maiores que nós?

Por fim, precisamos enfrentar os desafios globais, como o aquecimento global ou os efeitos da digitalização, de forma eficaz, encontrando oportunidades para um desenvolvimento sustentável, e sem perder de vista os valores centrais das democracias liberais e do multilateralismo.

O objetivo do nosso think tank é encorajar a sociedade civil a academia e o mundo empresarial a encontrar respostas para alguns destes desafios.

Mensagem do Presidente

À medida que chegamos a meio da década, atingimos também um momento de avaliação intermédio das transformações que nos trazem os anos 20 do século XXI. A conclusão preliminar é a de que estes poderão bem ser de verdadeira transformação da sociedade global marcados não só pelas muitas transformações rápidas na indústria, na tecnologia, mas também nos hábitos e padrões da sociedade. Salvaguardadas as devidas diferenças, os primeiros anos desta década trouxeram já significativa mudança face ao mundo que conhecíamos à entrada de 2020. Desde o princípio da década vivemos eventos com impacto à escala global: uma pandemia sanitária, o regresso da guerra à Europa e uma nova cortina de ferro entre ocidente e leste, a turbulência económica e regresso da inflação ao mundo desenvolvido, as alterações nos padrões de comércio e geopolíticos considerados tradicionais.

Estas tendências que moldaram o mundo como o conhecíamos irão continuar? E a que ritmo? A emergência climática continua viva, assim como a necessidade de os países desenvolvidos combaterem as crescentes desigualdades e o agravamento das tensões sociais. A nível societário aumenta a necessidade de discussão em torno da implementação de um renovado pacto social e também de medidas que restaurar a credibilidade das instituições democráticas no ocidente. Ao mesmo tempo, existem transições tecnológicas que requerem decisões complexas por parte das instituições e dos decisores políticos dado o potencial que têm para trazer grandes benefícios, mas também enormes desafios e riscos para sociedade.

O mundo está a mudar rapidamente numa série de frentes, seja devido às inovações tecnológicas que podem moldar e criar riscos na estrutura social, ou dado ao contrarrelógio em que a implementação de várias medidas depende da capacidade de os diferentes estados agirem dentro de um quadro de cooperação internacional. Estas mudanças estruturais vão exigir uma série de respostas de políticas públicas, e de maior exigência no que diz respeito ao envolvimento do sector privado. Mas sobretudo requerem a criação de um ecossistema de cooperação entre países que permita o acesso a tecnologias de energia limpa e a capital de confiança para implementar medidas que colidam com interesses económicos e industriais. As respostas a uma nova conjuntura resultarão de um delicado exercício de equilíbrio de vontades num cenário marcado por conflitos militares que terão de migrar para a esfera da diplomacia e pelo regresso das cortinas de ferro entre ocidente e leste, num momento em que a economia alimentará maior polarização política, e as desigualdades regionais de acesso a meios e recursos podem originar também, maiores situações de conflito futuro e menor cooperação. Estes serão sem dúvida fatores complexos de gerir, mas decisivos para exista cooperação sobre os desafios cruciais desta década a nível global.

O Internacional Affairs Network procurará promover reflexão positiva da sociedade sobre os desafios desta década, versando o posicionamento de Portugal perante uma Europa em mutação social e económica, com propósito de contribuir para este debate estrutural.

Estatutos